EDITH FIRMINO DO SANTOS
( Brasil – Pernambuco )
[ ainda sem foto e biografia...]
LITERATURA BRASILEIRA. Capa e Coordenação editorial: Christina Oiticica. Rio de Janeiro; Shogun Editorial, 1986. 97 p. No. 10 371
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda
ACALMA-TE
A Deus tudo é possível...
Seja qual for a perturbação reinante, acalma-te e espera,
fazendo o melhor que possas.
Lembra-te de que o Senhor Supremo pede serenidade para exprimir-se
se com segurança.
A terra que te sustenta o lar é uma faixa de forças tranquilas.
O fruto que te nutre representa um ano inteiro de tratamento
silencioso da
árvore generosa.
Cada dia que se levanta é convite de Deus para que lhe atendamos
à obra Divina, em nosso próprio favor.
Se te exasperas, não lhe assimilas o plano.
Se te afeiçoas a gritarias, não lhe percebes a voz.
Conserva-te, pois confiante, embora a preço de sacrifícios.
Decerto encontrarás ainda hoje corações envenenados que provocam
irritações e desgostos, medo e fel.
Ainda mesmo que te tirem e apedrejem, aquieta-te e abençoa-os com
a tua paz.
Os desesperados tornarão à harmonia, os doentes voltarão à saúde,
os loucos serão curados, os ingratos despertarão...
E da lei do Senhor que a luz domine a treva, sem ruído e sem violência.
Recorda que toda dor, como toda nuvem passa, forma-se em sombra
e se vai...
Se outros gritam e oprime, espancam e amaldiçoam, acalma-te e
espera...
Não olvides a palavra do Senhor quando nos afirmou que a Deus tudo
é possível, e, garantindo o teu próprio descanso, confia em Deus.
Ele te libertará.
MATUTO SABIDO
— Bom dia, meu sonhor!
— Bom dia meu bom vaqueiro:
Como vai o nosso gado?
— Vai gordo, belo e fagueiro;
E o nosso boi Janjão?
— Morreu num atoleiro.
Não querendo descobrir
Que tinha matado o Boi,
Foi ver se estudava um meio,
De enganar seu Teotonho.
Foi correndo pra o patrão,
Tirando o chapéu, saudou,
O ricão muito orgulhoso,
Nem para o matuto olhou.
— Disse o Mulato consigo,
Te apronta seu gostosão,
Retalhar teu estimado Boi,
E desmanchá-lo em pirão.
Assim jurou o Matuto,
Cumprir a palavra suas.
Ele, a mulher e seis filhos,
Mandaram fome ir para lua,
Quatro semanas passaram,
De barriga pelas proas.
No casebre do Matuto,
Se via por todos os lados,
Carne dependurada,
Por cima até do telhado.
As crianças que antes,
Pareciam uns furões,
Aumentaram nove quilos,
Com seus gostosos pirões,
Enganado e tapeado,
Ficou o velho Patrão,
O Matuto com sua família,
Comeu carne de montão.
Aí, leitores, se viu
A sabedoria o que traz...
O Negro matou o Boi,
Mostrou que era sagaz.
*
VEJA e LEIA outros poetas do RIO DE JANEIRO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/rio_de_janeiro.html
Página publicada em abril de 2025.
|